domingo, 29 de setembro de 2013

Para vc amiga_Teca Aliende

Neste OUTRO ESPAÇO....

Hoje recebi de uma amiga e adorei!
Resolvi compartilhar - assim mesmo do jeitinho que veio -
já pedindo licença à autora!
Obrigada, Teca!



"pra vc amiga
se suas faces
são diversas não interessa sua meta mas a sua grande faceta é ser você sem ser a mesma o que importa em suas faces é a força que te alenta
uma mulher cheia de artes um homem que reinventa uma pessoa duplicada com cheiro de flor almiscarada
um jeito sutil de ser brava uma braveza que atormenta uma brisa e tempestade um sol que as vezes esquenta uma pessoa muitas vontades em uma alma de poeta"



Adorei Teca! 
Obrigada,
Flávia Cunha



E descobri que ela agora está com um novo livro! 
Está aqui:














quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Terra_Primavera 2013

Para lembrar a Primavera, que começou dia 22,
e relembrar a nossa falta (de muitas coisas)
e excessos (de outras tantas) 
para com este único planeta berçário que habitamos.

flor do maracujá (Bahia)

Veja até o final, vale a pena.
É surpreendente:










domingo, 22 de setembro de 2013

"Mentiras Verdadeiras"_Pedro Maciel

Neste nosso OUTRO_ESPAÇO
chega o trabalho bastante interessante, aliando textos e músicas, 
do escritor Pedro Maciel.







VOZ DO ESCRITOR

Júlio Assis (Jornal "O Tempo")

 "Eu poderia contar uma história de ficção, mas a realidade é tão absurda
que tudo parece sair da minha imaginação"
A leitura é uma vivência que traz com ela a solidão prazerosa da experiência entre o leitor e o mundo de cada livro. Já nas formas coletivas de fruição literária, como as leituras em grupo, ganha uma dimensão muito peculiar quando ocorre de ouvirmos o próprio autor lendo o que ele escreveu e publicou. A verdade do texto (que pode ser ficção) parece, com a emoção da fala, mais clara, atraente e cativante aos ouvidos do que os labirintos das linhas para os olhos, especialmente no campo poético.
Essa constatação que já apreciei em diversas boas oportunidades, reafirmei ao assistir há pouco ao espetáculo “Mentiras Verdadeiras”, que reúne os irmãos Pedro Maciel (escritor) e Juarez Maciel (pianista e compositor). De seus livros “Previsões de um Cego” e “Retornar com os Pássaros”, lançados pela ed. LeYa, Pedro retirou trechos que lê acompanhado pelo requintado piano-solo de Juarez. Ao fundo, belas e instigantes fotografias projetadas, devidamente creditadas e acompanhadas de frases provocantes de Pedro, como: “Nunca cismo com os meus abismos”.
Embora publicadas como romances, as narrativas de Pedro Maciel se definem melhor, se for preciso definir, ao que se chama de prosa poética. Daí cada frase pode saltar do encadeamento narrativo para um significado próprio (“Meus esquecimentos são memoráveis”, por exemplo). E daí é que pelas frases quase-versos se configura uma dimensão cênica amparada também pela música e pelas imagens.
O fato de o próprio escritor “interpretar” o que ele escreveu permite uma entonação exata e calculadamente imprecisa, com ênfases ou repetições nas palavras quando o texto assim pede. Pedro calcula também os movimentos, lendo às vezes sentado ou de pé, ou ainda ocasionalmente de costas para o público.
Sucinto e elegante o piano de Juarez não passa ao largo. Tocando às vezes temas próprios ou livres, em outras salpicados de citações, e até interpretando peças de compositores como Ryuichi Sakamoto, ele não poderia, com a experiência que tem como músico, ser apenas pano de fundo. É solista e protagonista.
Acompanho há décadas o talento de ambos em artes distintas e é grata surpresa ver os irmãos juntos no palco pela primeira vez, movidos pela perspicaz sacada do espetáculo “Mentiras Verdadeiras”. Do que acompanho de dezenas de salões literários que felizmente continuam aumentando pelo país, é saudável, em vez de apenas o escritor atrás de uma mesa falando para o público, a chegada de alternativas diferentes de se emocionar com a literatura como ocorre com esse formato de apresentação em torno de 30 minutos.

Para terminar, alguns trechos da obra de Pedro Maciel, que você pode ler meramente como um texto impresso ou imaginar com toda a mise-en-scène que relatei:

“Um dia vou retornar com os pássaros para retraçar o itinerário de minha fuga. Não me resta muito tempo. Mas voltemos à realidade, este tempo tão sonhado. O sonho é sempre outra história de vida, enquanto a história é sempre outro sonho de vida”.

"Preciso consertar o meu radiotelescópio para gravar os ruídos celestes. Ouço vozes, vaga-lumes e estrelas. Ouço em silêncio. Ouço tudo em silêncio”.

“Eu me propus a escrever um livro enciclopédico, mitológico e cosmogônico. Um romance do Universo, escrito por alguém que não é astrofísico. A minha intenção é ‘descrever’ o espaço metafísico e, ao mesmo tempo, ‘revelar’ o Universo físico”.

"Há dias tento nomear planetas descobertos recentemente. Quando olho para o passado vejo apenas antigas estrelas. Eu medi o céu, como Kepler. Inventariar coisas invisíveis e lugares imaginários é o meu passatempo. Não sei se me resta muito tempo. Quanto tempo ainda me resta? Um dia vou retornar com os pássaros".

“Quem você pensa que é? Não sou ninguém, mas não conto a ninguém que não sou ninguém”.

“Eu poderia contar uma história de ficção, mas a realidade é tão absurda que tudo parece sair da minha imaginação”.




 http://vimeo.com/73802498

Texto e voz: Pedro Maciel Música: Erik Satie Piano: Juarez MacielVídeo: Roberto Bellini Teatro: Casa da Ópera do Memorial Minas Gerais Vale

(...): não me iludo mais em plena luz do dia. Não mais disfarço a minha loucura. Rio de mim mesmo. Só choro pelos outros. Desmistifico mitos. Faço as coisas sem sentido.
Vejo que nada mais tem sentido. Improviso fugas. Corro do tempo parado. Memorizo manhãs de um não tempo. Vislumbro coisas invisíveis. Quero o que era infinito.
Retorno com os pássaros. Experimento sensações orientais. Desoriento-me no ocidente. Não lembro quem sou nem onde estou. Nem sempre regresso das minhas viagens
Fragmento do romance "Retornar com os pássaros", ed. LeYa




Release da apresentação
 "Mentiras verdadeiras"
  
O romancista Pedro Maciel apresenta a performance “Mentiras verdadeiras” em eventos literários e culturais.
Segundo Adorno, “arte é a magia libertada da mentira de ser verdadeira”, ou como ressalta Fernando Pessoa, “o público não quer a verdade, mas a mentira que mais lhe agrade”.
Maciel exibe treze imagens e lê/interpreta fragmentos dos seus romances “Retornar com os pássaros” e “Previsões de um cego”, publicados pela editora Leya em 2010 e 2011.
O pianista Juarez Maciel o acompanha interpretando trechos de músicas de Satie, Debussy, Sakamoto e trechos de composições próprias.
A intenção é comover o público. Afinal, o que nos resta além da emoção?, questiona o autor.

Sobre a obra de Pedro Maciel:

Segundo o escritor e crítico Silviano Santiago, em “Previsões de um cego”, ed. Leya, “a ambição da prosa inovadora de Maciel afirma-se fora do ritmo e do compasso disto a que classificamos nas salas de aula e nos manuais como Literatura brasileira ou ocidental. A prosa inspirada e utópica do autor vai levar o leitor a deslocamentos súbitos e sucessivos do eu por esferas celestes nunca dantes navegadas”.

O filósofo e poeta Antonio Cícero ressaltou no posfácio de “Como deixei de ser Deus”, ed. Topbooks: “de certo modo, é o tempo o verdadeiro tema desse livro, que pode ser considerado uma espécie de Bildungsroman, isto é, de romance de educação ou formação. Pode-se dizer que é justamente a intensa capacidade de instigar a sensibilidade, o pensamento e a imaginação que constitui um dos maiores encantos de Como deixei de ser Deus”.

“O escritor brasileiro Pedro Maciel possui uma virtude rara entre os novos escritores de língua portuguesa: a originalidade”. José Eduardo Agualusa

“Retornar com os pássaros é muito bonito, inteligente e instigante”. Ferreira Gullar

“Como deixei de ser Deus foi para mim uma gratíssima surpresa, pela originalidade, pela profundidade e pela transcendência do texto”. Moacyr Scliar

Segundo o poeta e tradutor Ivo Barroso, "Pedro Maciel nos faz acreditar que a literatura brasileira possa ainda apresentar alguma coisa de novo que, curiosamente, remonta à própria arte de escrever: o estilo. O seu primeiro romance “A hora dos náufragos”, lançado pela Ed. Bertrand Brasil em 2006, perturba pela força da linguagem. O que há de mais próximo desse livro seriam os famosos fusées de Baudelaire".






sexta-feira, 13 de setembro de 2013

"ELES" NÃO SÃO VERBO!


Texto publicado no Jornal Agita Pirenópolis

http://araka.com.br/index.php/as-100-melhores-fotos-de-arte-urbana-de-2011/
http://araka.com.br/index.php/as-100-melhores-fotos-de-arte-urbana-de-2011/

"ELES" NÃO SÃO VERBO!
Preciso repetir tanto esta frase! E, o pior, é que continuo repetindo… Onde? Com crianças e adolescentes. Português: na frase “Eles desenham no papel”, qual é o verbo? Quase todos respondem “Eles”. “’Eles’ não são verbo!”.
Há alguns anos tenho trabalhado com crianças e jovens com dificuldade de aprendizagem. Sem entrar em pormenores, penso que vale a pena relembrarmos que, não faz muito tempo, nas escolas públicas brasileiras tínhamos aulas de latim e francês, por exemplo. E o principal veículo de comunicação em larga escala na época, a RÁDIO, contava histórias de livros de Jorge Amando, Graciliano e Guimarães. Liam-se LIVROS, e não “o xerox do resumo do comentário feito a partir da sinopse de uma resenha” (pode lhe parecer exagero, mas esta é a impressão que tenho!).
Isto é muita diferença! Não faço aqui uma apologia ao passado nem à língua estrangeira em detrimento do nosso riquíssimo idioma, mas fato é que as nossas crianças, que no geral hoje mal reconhecem a diferença entre verbo, sujeito e objeto numa frase simples usada por elas cotidianamente, estão bastante aquém de compreender aquilo que outrora, poucas décadas atrás, crianças também brasileiras eram capazes de assimilar. E hoje há ainda recursos como previsores para mensagens de texto, abreviações e emoticons, em que cada vez mais escreve-se menos.
Pontuo que o “falar errado” inseridos nas variantes linguísticas deste nosso amplo território, é diferente; gosto e me identifico com a linguagem coloquial, com seus neologismos e palavras oriundas de um saber popular. Estou cá discorrendo sobre “a linguagem” com crianças e jovens em idade escolar e que frequentam escolas, que ao menos poderiam conhecer a existência de uma “norma culta” nas apostilas e xerox que deveriam ler.
E por que escrever bem é importante? Vários fatores, e dentre eles, porque nossa sociedade define-se como portadora de uma tradição escrita e não oral; dois, a relação entre LER e ESCREVER é diretamente proporcional: quanto mais se lê, maior a probabilidade de escrever mais e melhor (e vice-versa), aumentando o vocábulo e vocabulário, as conexões e sínteses entre as idéias, ampliando o horizonte cultural, social e político. E, como consequência, podemos incluir uma maior consciência enquanto pessoa, enquanto cidadão de uma nação em transformação.
Vamos lá: quem é que lucra quando o nosso país é composto de populosa massa de analfabetos funcionais? Uma populosa massa que sabe escrever seu nome, somar 2+3 e comprar o leite certo, mas é incapaz de interpretar corretamente o que lê, de definir e argumentar suas escolhas, de fazer um pensamento critico a respeito daquilo que vê e ouve , de discernir sobre acontecimentos cruciais na história de seu próprio pais. “Brasil, mostra a tua cara, eu quero ver quem paga pra gente ficar assim…” canta Cazuza.
Ouso dizer que já começamos a ver o desdobramento destas “lacunas” na “língua mãe”. Não sei se você, que lê este meu texto, concorda comigo, mas acho eu bastante degradante e preocupante o que considera-se como “letra de musica”, “filme”, programas de televisão… Cadê a poesia, a sutileza, a criatividade, o humor informativo? Cadê a literatura, a musica, a Arte como vanguarda de uma sociedade mais sutil e inteligente?

Só por curiosidade peça a uma criança, que já passou pela “idade de alfabetização” (conforme o Pacto Nacional pela Alfabetização, acima dos 8 anos de idade), para identificar o que é verbo e o que é sujeito numa frase; nem pergunte o significado, apenas que exemplifique. E, se quiser arriscar mais, peça-lhe um exemplo de concordância verbal. Se ainda não bastar, de supetão pergunte a letra de uma musica que ela mais gosta de ouvir com seus colegas. Cadê? Me diga se você, caro leitor, encontrou. Eu continuo procurando.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ANIMÁGICO!

Deixo aqui um trabalho clownesco bastante
simpático na idéia, simples no conteúdo e
com um resultado encantador!

Vale muito a pena conhecer:
 na performance de Rodrigo Foka o

ANIMÁGICO!
(Animago)

http://vimeo.com/animagician

http://vimeo.com/65267967








terça-feira, 3 de setembro de 2013

O que deixamos ver de nós? - JORNAL


Texto publicado no JORNAL AGITA PIRENÓPOLIS
03/set./2013


(Imagem: desenho M.C. Escher)

Na minha coluna inaugural, cerca de quinze dias atrás, pontuávamos sobre a visão (um dos cinco órgãos dos sentidos) e os estímulos cerebrais aos quais nos submetemos diariamente.
Leia também: O que você está vendo?
Discursando um pouco mais sobre o assunto, vamos continuar “vendo”… E como tudo tem sempre dois lados, digo que na outra ponta do “estar vendo” está o “ser visto”. Ser olhado; aparecer, informar. Se mostrar, expor.
Soube, pelo Facebook, de uma filmagem bastante interessante. Não sei se posso disponibilizar aqui o link, mas certamente posso descrever sucintamente o conteúdo do vídeo. Feito na Bélgica e com um pouco mais de dois minutos de duração, mostra um homem com “poderes” de ler a mente, de adivinhar sobre a vida das pessoas que fortuitamente aceitam o convite para entrar na sua tenda, montada na rua. São informadas de que será uma gravação para um programa de televisão prestes a estreitar. Dentro da tenda, o homem começa a falar sobre aspectos do cotidiano de cada uma daquelas pessoas: viagens, amigos, casa, carro, informações e movimentações sobre conta bancária, comportamentos e hábitos pessoais de cada um.
Obviamente, quanto mais o homem vai “adivinhando” os fatos ocorridos na vida daquelas pessoas, mais elas vão ficando surpresas, claro! Acham incrível o “poder” daquele homem!!!
Repentinamente, desce ao chão uma cortina. E neste instante é revelado “a mágica por trás da mágica” da adivinhação: a cortina escondia uma equipe de pessoas trabalhando com computadores, conectados à internet, que rastreavam todas as informações online e, através de um ponto de escuta, em tempo real transmitiam estas informações ao “homem que lia a mente” das pessoas. Estas, ao verem online suas informações, ficavam ainda mais espantadas! Outras entravam em choque ao olharem suas imagens nas telas!
O término vem com frases de alerta: “Sua vida inteira está na internet. E poderia ser usada contra você. Seja cauteloso.” (tradução livre).
Achei o vídeo bastante ilustrativo e elucidativo. Continuei a pensar no que estamos vendo e o que estamos permitindo que vejam de nós, sobre nós; o modo como expomos a nossa vida “off-line”-“online” e vice-versa. Todos nós, adultos, jovens e crianças. Nos adolescentes, é comum a troca de senhas entre “amigos” e “namorados” para que tenham acesso às plataformas de mídia do outro, tais como Facebook, MSN e afins. Podemos também considerar o aumento de crimes virtuais e cyberbulling.

Numa rede mundial, globalizada, deixamos aí conteúdos para que qualquer pessoa, a qualquer hora, de qualquer computador ou celular (desde que esteja online), possa ter acesso sobre qualquer informação/foto/mensagem que disponibilizamos. O que estamos permitindo que vejam de nós? Como está sua vida online? Sem moralismos e com um pouco mais de cuidado, valeria a pena vermos com mais zelo este assunto.