segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Cinema itinerante!!!

Cinema em OUTRO_ESPAÇO!

Cinema na praça, na rua, nas comunidades!

Muito bacana as duas iniciativas:

1) O cinema na rua, na praça, perto de quem não vai a shopping!

2) Ser este o tema escolhido por duas universitárias para conclusão do curso!


Para saber mais:

https://www.youtube.com/watch?v=LpkF_L7p8bo

http://youtu.be/LpkF_L7p8bo




quarta-feira, 20 de novembro de 2013

SOBRE CONSCIÊNCIAS, INCLUSIVE NEGRA


Novembro: mês dedicado à Consciência Negra... Você sabe que a palavra “consciência” significa “com ciência”, com conhecimento, com percepção? E o que seria um pré-conceito? Bastante resumidamente, é quando não se tem uma opinião formada, daí se faz um pré-julgamento, um conceito prévio. E quando se forma um conceito, quando temos nossa própria opinião, não há mais a necessidade de preconceitos, principalmente os discriminatórios.
“Consciência Negra”! Quero lembrar a necessidade de não só exercitar a reflexão para com diferentes etnias, mas também para outros tipos de pré-conceitos com relação todas as diferentes orientações que fogem à regra da conveniência social, sejam elas diferentes orientações sobre crença, sexualidade, profissão, enfim, pré-conceitos que (ainda infelizmente!) nos deparamos cotidianamente.
         Acreditando na importância de um cônscio pensar e sentir, que só pode acontecer quando nos despimos de pré-conceitos, relato aqui uma vivência quando trabalhava com crianças em Instituições nas periferias da grande São Paulo.
          Neste lugar, em específico, polícia não entrava na comunidade e aconteciam tiroteios com morte entre moradores, incluindo parentes e conhecidos daquelas crianças, quando times de futebol ganhavam e perdiam. E estávamos na época de jogos com etapas classificatórias...

“Lembrei-me certa vez, trabalhando temas relacionados à Arte e Cultura com crianças, eu vestia uma blusa verde e branca. Uma delas me perguntou:
- Prô, você é palmeirense, né?
Silêncio na turma, todos me olhavam: eu estava na periferia de São Paulo. E o assunto era futebol.
- Por que a pergunta? –Indaguei.
- A sua blusa! Se você torcesse pra outro time não tava com essa blusa!!!
Num golpe de sorte, aproveitei o “gancho” e acho que consegui fazê-lo pensar:
- E quem "nasceu” primeiro: a cor ou o seu time?
Após alguns segundos de caretas e reflexões, com auxílio dos amigos, veio uma titubeante resposta:
- Ai, prô, foi a cor... ela já tava aqui antes!
- Que bom! Eu já estava começando a achar que você pensava que toda árvore torcia para o Palmeiras e que toda noite escura era corinthiana.
- Ih, prô, é mesmo, não é assim não...
- Então posso vestir a cor que eu gostar sem precisar, necessariamente, torcer para o seu time. E você também pode.”

Depois deste episódio creio que comecei a entender um pouco mais sobre a violência das torcidas naquela comunidade. Mesmo tão novo, o garoto já estava habituado a olhar pelo viés da bandeira do seu time, sem considerar outros gostos e opiniões; aliando isto à intolerância, preconceitos e falta de diálogos... vêm os tiroteios.
Ademais, também comecei a considerar que em momentos de reivindicações e protestos, é importante pensarmos a respeito dos acontecimentos, e assim desenvolvermos nossa própria opinião enquanto indivíduo e cidadão de um país democrático.



Voltei a pensar na Natureza, sua interdependência e desenvolvimento com multiplicidades de cores, seres e saberes convivendo há milênios: ainda há muito o que aprender! E quanto mais cedo começarmos o resgate da nossa consciência e conceitos, tanto melhor. Para cada um de nós.



terça-feira, 19 de novembro de 2013

BelasImagens_FOTOS_Dôra Araújo

 OUTRO_ESPAÇO!!! Fotos!

Sempre considero bem-vinda a tecnologia quando
aliada à sensibilidade e poesia do artista!

Belas imagens da baiana Dôra Araújo, 
que não poderiam (mesmo) passar despercebidas!!!

CONHEÇA MAIS fotos em:













MAIS fotos em:






sexta-feira, 15 de novembro de 2013

CORDEL ANIMAIS_CADU

Neste OUTRO_ESPAÇO!

Hoje as métricas vêm lá de Pirenópolis, 
pequena cidade no interior de Goiás.
Foram feitas pelo jovem 
Carlos Eduardo de Souza, 
de 15 anos, 
que não se achava capaz!

Cadu foi falando as rimas assim, 
rápido e de uma só vez.
E tudo fui anotando 
querendo agora mostrar pra vocês.

Um grande abraço, Cadu!






"Vive no pasto e 
a gente anda montado.
Tem pelo liso 
e anda trotado...
É o CAVALO".

Ele é um bicho pequeno,
prega na gente 
e enche o saco.
Coça quase o dia inteiro,
o nome dele é CARRAPATO".
...

...CONTINUA em:


flaviacunhaflavia@gmail.com


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

"O que você está escutando?"

Texto originalmente publicado no
JORNAL Agita Pirenópolis
dia 30/set/13



Nesta coluna quinzenal acabo abrindo espaço para discorrer sobre situações no meu cotidiano de trabalho com áreas ligadas à Cultura, Arte e Saúde. São acontecimentos que, de certa forma, me afligem e também preocupam… Aí percebi  que: 1) ou posso ficar reclamando e colocando a culpa (sempre) no outro, seja este outro uma pessoa, governo, instituição; e noto que, se fico nesta postura, me redimo erroneamente e” finjo” esquecer que sou pessoa vivente numa sociedade que também é construída por mim; 2) ou então posso me ocupar em fazer!
E aprendendo a me ocupar em fazer, compartilho mais este texto! Já agradeço por todos os comentários e mensagens que tenho recebido de amigos, conhecidos e de pessoa que ainda não conheço pessoalmente (mas já estamos conectadas virtualmente!): estamos fazendo juntos! Continuem “postando” suas críticas e observações; estou escutando…


     Hoje deixo aqui registrado a ocasião em que eu estava em aula com crianças, entre 10 a 12 anos, que começaram a cantar. Eu não conhecia a musica e por isso perguntei qual era, apesar de – somente pelo ritmo/”batidão” – já ter uma prévia do que se tratava. O tema daquela aula era ARTES e, aproveitando o gancho, perguntei se aquela musica, especificamente, pode ser considerada uma obra de arte.

Após um certo silêncio, um arriscou:
- É arte sim, pro.
- Por que você acha isso? – perguntei
- Porque a musica é um tipo de arte
Sim, a musica é umas das expressões da ARTE. Mas o que faz esta musica que você ouve e canta ser considerada uma arte? Vocês já pensaram sobre esta música que vocês cantam? Como é a letra? Sobre o que ela conta?
Novamente silêncio; pensavam. Após um tempo:
- Ih, professora, não fala nada de bom não… é só “o cara, as minininha…” (e fez uma careta e um gesto acompanhando esta última frase).
 Continuei:
- Pessoal, considerando que um dos papéis da ARTE é nos fazer pensar, ter outras idéias, idéias que nos acrescentam positivamente; e possibilitar uma outra maneira de lidar com a vida. Assim, posso dizer que esta musica que vocês cantavam agora pouco não é uma obra de ARTE. O que vocês acham?
- É… se a gente for pensar, pro…
- Não tem mesmo nada de bom pra aproveitar da musica… – outro completou.
E uma das alunas disse:
- Mas a minha mãe escuta comigo esta musica!
Confesso que fiquei triste com este argumento. E expus isso a ela:
- Fico triste em saber disso. Há tanta musica com conteúdo legal pra gente escutar…
- A gente não escuta mais as musicas de antigamente… – falou outro garoto.
- É, é essa a musica é a que todo mundo escuta hoje!. – disse uma segunda menina.
- Sim, e há sessenta anos atrás, por exemplo, “todo mundo” ouvia o que hoje chamamos de musica clássica, uma das “musicas de antigamente”, como você disse. Alguém já escutou este tipo de musica em que há instrumentos, sem voz humana?
De um grupo de quase dez crianças entre 10 e 12 anos, numa escola particular, só um levantou a mão:
- Eu já, a do cara que era surdo e que tocava piano!
Acrescentei:
- Beethoven foi um musico alemão que, já adulto, começou a perder progressivamente a audição. E mesmo com esta dificuldade continuou compondo e tocando músicas. E há menos de cinquenta anos atrás suas musicas eram uma das que todo mundo ouvia.

E assim fomos conversando… por fim, ficou acordado que eu levaria outros tipos de musicas para que pudessem conhecer e assim saber se gostariam ou não: instrumental (clássico e contemporâneo), musicas de “raiz”, outras tradicionais brasileiras, enfim… selecionei um repertório diversificado, diferente do que conhecia a maioria dos alunos,  que começavam a se abrir para escutar outras coisas através da música.

domingo, 29 de setembro de 2013

Para vc amiga_Teca Aliende

Neste OUTRO ESPAÇO....

Hoje recebi de uma amiga e adorei!
Resolvi compartilhar - assim mesmo do jeitinho que veio -
já pedindo licença à autora!
Obrigada, Teca!



"pra vc amiga
se suas faces
são diversas não interessa sua meta mas a sua grande faceta é ser você sem ser a mesma o que importa em suas faces é a força que te alenta
uma mulher cheia de artes um homem que reinventa uma pessoa duplicada com cheiro de flor almiscarada
um jeito sutil de ser brava uma braveza que atormenta uma brisa e tempestade um sol que as vezes esquenta uma pessoa muitas vontades em uma alma de poeta"



Adorei Teca! 
Obrigada,
Flávia Cunha



E descobri que ela agora está com um novo livro! 
Está aqui:














quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Terra_Primavera 2013

Para lembrar a Primavera, que começou dia 22,
e relembrar a nossa falta (de muitas coisas)
e excessos (de outras tantas) 
para com este único planeta berçário que habitamos.

flor do maracujá (Bahia)

Veja até o final, vale a pena.
É surpreendente:










domingo, 22 de setembro de 2013

"Mentiras Verdadeiras"_Pedro Maciel

Neste nosso OUTRO_ESPAÇO
chega o trabalho bastante interessante, aliando textos e músicas, 
do escritor Pedro Maciel.







VOZ DO ESCRITOR

Júlio Assis (Jornal "O Tempo")

 "Eu poderia contar uma história de ficção, mas a realidade é tão absurda
que tudo parece sair da minha imaginação"
A leitura é uma vivência que traz com ela a solidão prazerosa da experiência entre o leitor e o mundo de cada livro. Já nas formas coletivas de fruição literária, como as leituras em grupo, ganha uma dimensão muito peculiar quando ocorre de ouvirmos o próprio autor lendo o que ele escreveu e publicou. A verdade do texto (que pode ser ficção) parece, com a emoção da fala, mais clara, atraente e cativante aos ouvidos do que os labirintos das linhas para os olhos, especialmente no campo poético.
Essa constatação que já apreciei em diversas boas oportunidades, reafirmei ao assistir há pouco ao espetáculo “Mentiras Verdadeiras”, que reúne os irmãos Pedro Maciel (escritor) e Juarez Maciel (pianista e compositor). De seus livros “Previsões de um Cego” e “Retornar com os Pássaros”, lançados pela ed. LeYa, Pedro retirou trechos que lê acompanhado pelo requintado piano-solo de Juarez. Ao fundo, belas e instigantes fotografias projetadas, devidamente creditadas e acompanhadas de frases provocantes de Pedro, como: “Nunca cismo com os meus abismos”.
Embora publicadas como romances, as narrativas de Pedro Maciel se definem melhor, se for preciso definir, ao que se chama de prosa poética. Daí cada frase pode saltar do encadeamento narrativo para um significado próprio (“Meus esquecimentos são memoráveis”, por exemplo). E daí é que pelas frases quase-versos se configura uma dimensão cênica amparada também pela música e pelas imagens.
O fato de o próprio escritor “interpretar” o que ele escreveu permite uma entonação exata e calculadamente imprecisa, com ênfases ou repetições nas palavras quando o texto assim pede. Pedro calcula também os movimentos, lendo às vezes sentado ou de pé, ou ainda ocasionalmente de costas para o público.
Sucinto e elegante o piano de Juarez não passa ao largo. Tocando às vezes temas próprios ou livres, em outras salpicados de citações, e até interpretando peças de compositores como Ryuichi Sakamoto, ele não poderia, com a experiência que tem como músico, ser apenas pano de fundo. É solista e protagonista.
Acompanho há décadas o talento de ambos em artes distintas e é grata surpresa ver os irmãos juntos no palco pela primeira vez, movidos pela perspicaz sacada do espetáculo “Mentiras Verdadeiras”. Do que acompanho de dezenas de salões literários que felizmente continuam aumentando pelo país, é saudável, em vez de apenas o escritor atrás de uma mesa falando para o público, a chegada de alternativas diferentes de se emocionar com a literatura como ocorre com esse formato de apresentação em torno de 30 minutos.

Para terminar, alguns trechos da obra de Pedro Maciel, que você pode ler meramente como um texto impresso ou imaginar com toda a mise-en-scène que relatei:

“Um dia vou retornar com os pássaros para retraçar o itinerário de minha fuga. Não me resta muito tempo. Mas voltemos à realidade, este tempo tão sonhado. O sonho é sempre outra história de vida, enquanto a história é sempre outro sonho de vida”.

"Preciso consertar o meu radiotelescópio para gravar os ruídos celestes. Ouço vozes, vaga-lumes e estrelas. Ouço em silêncio. Ouço tudo em silêncio”.

“Eu me propus a escrever um livro enciclopédico, mitológico e cosmogônico. Um romance do Universo, escrito por alguém que não é astrofísico. A minha intenção é ‘descrever’ o espaço metafísico e, ao mesmo tempo, ‘revelar’ o Universo físico”.

"Há dias tento nomear planetas descobertos recentemente. Quando olho para o passado vejo apenas antigas estrelas. Eu medi o céu, como Kepler. Inventariar coisas invisíveis e lugares imaginários é o meu passatempo. Não sei se me resta muito tempo. Quanto tempo ainda me resta? Um dia vou retornar com os pássaros".

“Quem você pensa que é? Não sou ninguém, mas não conto a ninguém que não sou ninguém”.

“Eu poderia contar uma história de ficção, mas a realidade é tão absurda que tudo parece sair da minha imaginação”.




 http://vimeo.com/73802498

Texto e voz: Pedro Maciel Música: Erik Satie Piano: Juarez MacielVídeo: Roberto Bellini Teatro: Casa da Ópera do Memorial Minas Gerais Vale

(...): não me iludo mais em plena luz do dia. Não mais disfarço a minha loucura. Rio de mim mesmo. Só choro pelos outros. Desmistifico mitos. Faço as coisas sem sentido.
Vejo que nada mais tem sentido. Improviso fugas. Corro do tempo parado. Memorizo manhãs de um não tempo. Vislumbro coisas invisíveis. Quero o que era infinito.
Retorno com os pássaros. Experimento sensações orientais. Desoriento-me no ocidente. Não lembro quem sou nem onde estou. Nem sempre regresso das minhas viagens
Fragmento do romance "Retornar com os pássaros", ed. LeYa




Release da apresentação
 "Mentiras verdadeiras"
  
O romancista Pedro Maciel apresenta a performance “Mentiras verdadeiras” em eventos literários e culturais.
Segundo Adorno, “arte é a magia libertada da mentira de ser verdadeira”, ou como ressalta Fernando Pessoa, “o público não quer a verdade, mas a mentira que mais lhe agrade”.
Maciel exibe treze imagens e lê/interpreta fragmentos dos seus romances “Retornar com os pássaros” e “Previsões de um cego”, publicados pela editora Leya em 2010 e 2011.
O pianista Juarez Maciel o acompanha interpretando trechos de músicas de Satie, Debussy, Sakamoto e trechos de composições próprias.
A intenção é comover o público. Afinal, o que nos resta além da emoção?, questiona o autor.

Sobre a obra de Pedro Maciel:

Segundo o escritor e crítico Silviano Santiago, em “Previsões de um cego”, ed. Leya, “a ambição da prosa inovadora de Maciel afirma-se fora do ritmo e do compasso disto a que classificamos nas salas de aula e nos manuais como Literatura brasileira ou ocidental. A prosa inspirada e utópica do autor vai levar o leitor a deslocamentos súbitos e sucessivos do eu por esferas celestes nunca dantes navegadas”.

O filósofo e poeta Antonio Cícero ressaltou no posfácio de “Como deixei de ser Deus”, ed. Topbooks: “de certo modo, é o tempo o verdadeiro tema desse livro, que pode ser considerado uma espécie de Bildungsroman, isto é, de romance de educação ou formação. Pode-se dizer que é justamente a intensa capacidade de instigar a sensibilidade, o pensamento e a imaginação que constitui um dos maiores encantos de Como deixei de ser Deus”.

“O escritor brasileiro Pedro Maciel possui uma virtude rara entre os novos escritores de língua portuguesa: a originalidade”. José Eduardo Agualusa

“Retornar com os pássaros é muito bonito, inteligente e instigante”. Ferreira Gullar

“Como deixei de ser Deus foi para mim uma gratíssima surpresa, pela originalidade, pela profundidade e pela transcendência do texto”. Moacyr Scliar

Segundo o poeta e tradutor Ivo Barroso, "Pedro Maciel nos faz acreditar que a literatura brasileira possa ainda apresentar alguma coisa de novo que, curiosamente, remonta à própria arte de escrever: o estilo. O seu primeiro romance “A hora dos náufragos”, lançado pela Ed. Bertrand Brasil em 2006, perturba pela força da linguagem. O que há de mais próximo desse livro seriam os famosos fusées de Baudelaire".






sexta-feira, 13 de setembro de 2013

"ELES" NÃO SÃO VERBO!


Texto publicado no Jornal Agita Pirenópolis

http://araka.com.br/index.php/as-100-melhores-fotos-de-arte-urbana-de-2011/
http://araka.com.br/index.php/as-100-melhores-fotos-de-arte-urbana-de-2011/

"ELES" NÃO SÃO VERBO!
Preciso repetir tanto esta frase! E, o pior, é que continuo repetindo… Onde? Com crianças e adolescentes. Português: na frase “Eles desenham no papel”, qual é o verbo? Quase todos respondem “Eles”. “’Eles’ não são verbo!”.
Há alguns anos tenho trabalhado com crianças e jovens com dificuldade de aprendizagem. Sem entrar em pormenores, penso que vale a pena relembrarmos que, não faz muito tempo, nas escolas públicas brasileiras tínhamos aulas de latim e francês, por exemplo. E o principal veículo de comunicação em larga escala na época, a RÁDIO, contava histórias de livros de Jorge Amando, Graciliano e Guimarães. Liam-se LIVROS, e não “o xerox do resumo do comentário feito a partir da sinopse de uma resenha” (pode lhe parecer exagero, mas esta é a impressão que tenho!).
Isto é muita diferença! Não faço aqui uma apologia ao passado nem à língua estrangeira em detrimento do nosso riquíssimo idioma, mas fato é que as nossas crianças, que no geral hoje mal reconhecem a diferença entre verbo, sujeito e objeto numa frase simples usada por elas cotidianamente, estão bastante aquém de compreender aquilo que outrora, poucas décadas atrás, crianças também brasileiras eram capazes de assimilar. E hoje há ainda recursos como previsores para mensagens de texto, abreviações e emoticons, em que cada vez mais escreve-se menos.
Pontuo que o “falar errado” inseridos nas variantes linguísticas deste nosso amplo território, é diferente; gosto e me identifico com a linguagem coloquial, com seus neologismos e palavras oriundas de um saber popular. Estou cá discorrendo sobre “a linguagem” com crianças e jovens em idade escolar e que frequentam escolas, que ao menos poderiam conhecer a existência de uma “norma culta” nas apostilas e xerox que deveriam ler.
E por que escrever bem é importante? Vários fatores, e dentre eles, porque nossa sociedade define-se como portadora de uma tradição escrita e não oral; dois, a relação entre LER e ESCREVER é diretamente proporcional: quanto mais se lê, maior a probabilidade de escrever mais e melhor (e vice-versa), aumentando o vocábulo e vocabulário, as conexões e sínteses entre as idéias, ampliando o horizonte cultural, social e político. E, como consequência, podemos incluir uma maior consciência enquanto pessoa, enquanto cidadão de uma nação em transformação.
Vamos lá: quem é que lucra quando o nosso país é composto de populosa massa de analfabetos funcionais? Uma populosa massa que sabe escrever seu nome, somar 2+3 e comprar o leite certo, mas é incapaz de interpretar corretamente o que lê, de definir e argumentar suas escolhas, de fazer um pensamento critico a respeito daquilo que vê e ouve , de discernir sobre acontecimentos cruciais na história de seu próprio pais. “Brasil, mostra a tua cara, eu quero ver quem paga pra gente ficar assim…” canta Cazuza.
Ouso dizer que já começamos a ver o desdobramento destas “lacunas” na “língua mãe”. Não sei se você, que lê este meu texto, concorda comigo, mas acho eu bastante degradante e preocupante o que considera-se como “letra de musica”, “filme”, programas de televisão… Cadê a poesia, a sutileza, a criatividade, o humor informativo? Cadê a literatura, a musica, a Arte como vanguarda de uma sociedade mais sutil e inteligente?

Só por curiosidade peça a uma criança, que já passou pela “idade de alfabetização” (conforme o Pacto Nacional pela Alfabetização, acima dos 8 anos de idade), para identificar o que é verbo e o que é sujeito numa frase; nem pergunte o significado, apenas que exemplifique. E, se quiser arriscar mais, peça-lhe um exemplo de concordância verbal. Se ainda não bastar, de supetão pergunte a letra de uma musica que ela mais gosta de ouvir com seus colegas. Cadê? Me diga se você, caro leitor, encontrou. Eu continuo procurando.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ANIMÁGICO!

Deixo aqui um trabalho clownesco bastante
simpático na idéia, simples no conteúdo e
com um resultado encantador!

Vale muito a pena conhecer:
 na performance de Rodrigo Foka o

ANIMÁGICO!
(Animago)

http://vimeo.com/animagician

http://vimeo.com/65267967








terça-feira, 3 de setembro de 2013

O que deixamos ver de nós? - JORNAL


Texto publicado no JORNAL AGITA PIRENÓPOLIS
03/set./2013


(Imagem: desenho M.C. Escher)

Na minha coluna inaugural, cerca de quinze dias atrás, pontuávamos sobre a visão (um dos cinco órgãos dos sentidos) e os estímulos cerebrais aos quais nos submetemos diariamente.
Leia também: O que você está vendo?
Discursando um pouco mais sobre o assunto, vamos continuar “vendo”… E como tudo tem sempre dois lados, digo que na outra ponta do “estar vendo” está o “ser visto”. Ser olhado; aparecer, informar. Se mostrar, expor.
Soube, pelo Facebook, de uma filmagem bastante interessante. Não sei se posso disponibilizar aqui o link, mas certamente posso descrever sucintamente o conteúdo do vídeo. Feito na Bélgica e com um pouco mais de dois minutos de duração, mostra um homem com “poderes” de ler a mente, de adivinhar sobre a vida das pessoas que fortuitamente aceitam o convite para entrar na sua tenda, montada na rua. São informadas de que será uma gravação para um programa de televisão prestes a estreitar. Dentro da tenda, o homem começa a falar sobre aspectos do cotidiano de cada uma daquelas pessoas: viagens, amigos, casa, carro, informações e movimentações sobre conta bancária, comportamentos e hábitos pessoais de cada um.
Obviamente, quanto mais o homem vai “adivinhando” os fatos ocorridos na vida daquelas pessoas, mais elas vão ficando surpresas, claro! Acham incrível o “poder” daquele homem!!!
Repentinamente, desce ao chão uma cortina. E neste instante é revelado “a mágica por trás da mágica” da adivinhação: a cortina escondia uma equipe de pessoas trabalhando com computadores, conectados à internet, que rastreavam todas as informações online e, através de um ponto de escuta, em tempo real transmitiam estas informações ao “homem que lia a mente” das pessoas. Estas, ao verem online suas informações, ficavam ainda mais espantadas! Outras entravam em choque ao olharem suas imagens nas telas!
O término vem com frases de alerta: “Sua vida inteira está na internet. E poderia ser usada contra você. Seja cauteloso.” (tradução livre).
Achei o vídeo bastante ilustrativo e elucidativo. Continuei a pensar no que estamos vendo e o que estamos permitindo que vejam de nós, sobre nós; o modo como expomos a nossa vida “off-line”-“online” e vice-versa. Todos nós, adultos, jovens e crianças. Nos adolescentes, é comum a troca de senhas entre “amigos” e “namorados” para que tenham acesso às plataformas de mídia do outro, tais como Facebook, MSN e afins. Podemos também considerar o aumento de crimes virtuais e cyberbulling.

Numa rede mundial, globalizada, deixamos aí conteúdos para que qualquer pessoa, a qualquer hora, de qualquer computador ou celular (desde que esteja online), possa ter acesso sobre qualquer informação/foto/mensagem que disponibilizamos. O que estamos permitindo que vejam de nós? Como está sua vida online? Sem moralismos e com um pouco mais de cuidado, valeria a pena vermos com mais zelo este assunto.



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

"O que você está vendo?"


É esse o título do texto inaugural
da minha coluna quinzenal
 no JORNAL AGITA PIRENÓPOLIS!

Convido todos para esta estréia!
http://www.agitapirenopolis.com.br/o-que-voce-esta-vendo-10670















Aos conhecidos e (ainda) desconhecidos que curtiram,
compartilharam e opinaram, obrigada!!!

E se quiserem enviar opiniões e sugestões de temas,
fiquem à vontade! São bem-vindos!

Pode ser pelo Face (na página do Jornal ou no meu)
ou pelo meu email: flaviacunhaflavia@gmail.com

Até breve!
Flávia Cunha



domingo, 11 de agosto de 2013

Demarcação território indígena_PEC 215


Na quinta postei um Atlas Interativo da UNESCO, onde há o registro das poucas línguas indígenas que ainda nos restam.

Vale lembrar que numa sociedade de tradição oral, como são as etnias indígenas em solo brasileiro (que antes de ser brasileiro sempre foi indígena), a língua "falada" é a expressão viva da cultura, transmissão de valores e sabedoria ancestral, passando por gerações através da comunicação oral.

Há a escrita e alfabetização bilíngue, mas este é um processo ainda nos primeiros passos, cuja construção recente não comporta os séculos de vidas, experiências, valores, conhecimentos e saberes das sociedades indígenas.

Assim, não é "só" uma língua a menos; é a extinção de uma cultura e tradição secular que habita este território. No mínimo é isso que acontece. Não vamos esperar mais alguns anos para saber o máximo.

Achei este vídeo sobre o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 215, que foi aprovado.
O vídeo foi feito ano passado, mas a polêmica continua atual. Assista:




Para ler sobre a PEC 215:
http://desacato.info/2013/05/pec-215-transfere-decisao-de-demarcacao-de-terras-indigenas-do-executivo-para-o-legislativo/


A situação da PEC 215 na CÂMARA DOS DEPUTADOS:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=14562


E para conhecer um pouco do trabalho do Cacique Raoni:
http://raoni.com/atualidade.php