terça-feira, 3 de setembro de 2013

O que deixamos ver de nós? - JORNAL


Texto publicado no JORNAL AGITA PIRENÓPOLIS
03/set./2013


(Imagem: desenho M.C. Escher)

Na minha coluna inaugural, cerca de quinze dias atrás, pontuávamos sobre a visão (um dos cinco órgãos dos sentidos) e os estímulos cerebrais aos quais nos submetemos diariamente.
Leia também: O que você está vendo?
Discursando um pouco mais sobre o assunto, vamos continuar “vendo”… E como tudo tem sempre dois lados, digo que na outra ponta do “estar vendo” está o “ser visto”. Ser olhado; aparecer, informar. Se mostrar, expor.
Soube, pelo Facebook, de uma filmagem bastante interessante. Não sei se posso disponibilizar aqui o link, mas certamente posso descrever sucintamente o conteúdo do vídeo. Feito na Bélgica e com um pouco mais de dois minutos de duração, mostra um homem com “poderes” de ler a mente, de adivinhar sobre a vida das pessoas que fortuitamente aceitam o convite para entrar na sua tenda, montada na rua. São informadas de que será uma gravação para um programa de televisão prestes a estreitar. Dentro da tenda, o homem começa a falar sobre aspectos do cotidiano de cada uma daquelas pessoas: viagens, amigos, casa, carro, informações e movimentações sobre conta bancária, comportamentos e hábitos pessoais de cada um.
Obviamente, quanto mais o homem vai “adivinhando” os fatos ocorridos na vida daquelas pessoas, mais elas vão ficando surpresas, claro! Acham incrível o “poder” daquele homem!!!
Repentinamente, desce ao chão uma cortina. E neste instante é revelado “a mágica por trás da mágica” da adivinhação: a cortina escondia uma equipe de pessoas trabalhando com computadores, conectados à internet, que rastreavam todas as informações online e, através de um ponto de escuta, em tempo real transmitiam estas informações ao “homem que lia a mente” das pessoas. Estas, ao verem online suas informações, ficavam ainda mais espantadas! Outras entravam em choque ao olharem suas imagens nas telas!
O término vem com frases de alerta: “Sua vida inteira está na internet. E poderia ser usada contra você. Seja cauteloso.” (tradução livre).
Achei o vídeo bastante ilustrativo e elucidativo. Continuei a pensar no que estamos vendo e o que estamos permitindo que vejam de nós, sobre nós; o modo como expomos a nossa vida “off-line”-“online” e vice-versa. Todos nós, adultos, jovens e crianças. Nos adolescentes, é comum a troca de senhas entre “amigos” e “namorados” para que tenham acesso às plataformas de mídia do outro, tais como Facebook, MSN e afins. Podemos também considerar o aumento de crimes virtuais e cyberbulling.

Numa rede mundial, globalizada, deixamos aí conteúdos para que qualquer pessoa, a qualquer hora, de qualquer computador ou celular (desde que esteja online), possa ter acesso sobre qualquer informação/foto/mensagem que disponibilizamos. O que estamos permitindo que vejam de nós? Como está sua vida online? Sem moralismos e com um pouco mais de cuidado, valeria a pena vermos com mais zelo este assunto.



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