terça-feira, 30 de julho de 2013

Outro Espaço! CONVITE!!!


Pessoal,

De coração aberto agradeço a todos pelas carinhosas mensagens e incentivos que recebi pela minha apresentação na comunidade indígena como PaLHaÇa CHiMoMi.
Fiquei bem feliz! Duplamente: uma pela condição de ter vivido aquele momento, 
e outra por ter encontrado espaços acolhedores do meu relato.

Depois, mensagens, compartilhamentos, e-mails, me fizeram pensar na qualidade e quantidade das informações por nós recebidas, lidas e enviadas todo o tempo.
Pensei numa possível real importância e necessidade das informações que, conscientemente e subjetivamente, “nos acessam” diariamente.

Vivenciei algo que me foi importante, que me fez abrir olhares sobre alguns aspectos (de  mim mesma) e senti necessidade de dividir isto. E então... para isto temos net!

Coisas existem e precisam existir;
o diferente é parte de cada um de nós na medida que nos tornamos “indivíduo”. E assim podemos começar a pensar e agir deixando de lado a mediana média do padrão convenientemente estabelecido.

Caberia a pergunta “Convenientemente estabelecido por quem e por quê?”, mas não vou por aí - ao menos agora - pois aqui faço um CONVITE pra amigos, amigos de amigos, desconhecidos (ainda) e inimigos (por que não?!):

Deixo no meu blog um espaço aberto para quem tiver vontade de também dividir suas vivências, notícias, artes, pensamentos... enfim, diferenças que nos apontem a construção de um ser humano melhor.

escadaria da Gruta Azul
Chapada Diamantina/BR 
Seria este mais um OUTRO ESPAÇO... Se vai “servir” para alguém, não sei responder; o primeiro espaço já serviu, e muito, para mim! E eu já sou um.

Se digo que quero um mundo melhor, começo melhorando eu mesma dentro do meu próprio mundo.

Um forte abraço!

Flávia
Bahia, julho 2013



Envie para OUTRO ESPAÇO!:





quinta-feira, 25 de julho de 2013

Apresentação de palhaço em comunidade indígena.


Palhaça CHIMOMI 
em
CHIMOMI na Tekoa
Uma apresentação Clownesca numa 
Comunidade Indígena!

Num domingo chuvoso em Ubatuba, cidade do litoral norte de São Paulo, ocorreu um inusitado episódio: uma apresentação de clown numa aldeia indígena.
  
Dezembro de 2012. No cume de uma montanha na Mata Atlântica, no Sertão do Promirim, fica a Tekoa Jaexaa Porã, que ali chegando torna-se dispensável explicar o porquê “Aldeia Boa-Vista ser a tradução para o português.

E lá fomos nós: Ceci com seu esposo, Wiliam - que alegremente acataram a minha idéia da apresentação -, e eu com toda minha parafernália cênica. Agradeço vocês por terem topado a rara empreitada comigo!

Wiliam cuidaria das fotos, e Ceci (que desenvolve um trabalho de pesquisa na área linguística sobre a tradição oral com a comunidade) já havia explicado e conversado com as lideranças pertinentes. Num primeiro momento eles não compreenderam claramente do que se tratava, que depois fui compreender o motivo, mas se interessaram pela idéia de uma apresentação para as crianças na aldeia. 

Chegamos e encontro um abraço carinhoso da matriarca da etnia, Dona Jandira Rosa Paraguassu. Uma das jovens lideranças, Mario K. Tataendy diz que não estava sabendo e que não poderia ficar.

Chove aqui, senta acolá, espera um pouquinho ali... tudo sem nenhuma pressa... passa cachorro, galinhas com seus pintinhos; e vejo surgir uma criançada curiosa mas hesitante, não se aproximam muito de mim.
Não pudemos conversar: em função da idade as crianças ainda não foram alfabetizados na língua portuguesa. Soube que elas pouco saem da Aldeia, que o professor bilíngüe é um membro da própria comunidade e a escola estadual ali possui verba federal. Aquelas crianças conhecem o guarani. E eu não.

Definido o local, um pequeno galpão semi-abandonado em que funcionava o ex-centro comunitário, levo minha roupa e maquiagem para a “oca” de alvenaria mais próxima, onde me apronto... e intuitivamente não carrego na maquiagem.

Começa a música de entrada, selecionei um chorinho de Chiquinha Gonzaga.  
Caminho clownescamente pelo mato e pela chuva em direção ao galpão.
Que surpresa! As crianças nunca viram um palhaço e se assustam com a minha chegada: fecham os olhos, viram a cabeça, escondem o rosto com as mãos...

Clown CHIMOMI se assusta com o susto de ter assustado!


E continuo: elas desviram a cabeça, abaixam as mãos, começam a olhar para mim...
Mantenho: pandeiro, música, bola de contato, expressões. Pantomima.
Meu personagem nada verbaliza.
Vejo os risos, os sorrisos com monossilábicas expressões de surpresa.... elas começam a imitar meus gestos e expressões faciais!






Quarenta minutos depois retorno à “oca”, finda a apresentação. 
Me troco e desfaço a maquiagem.
Volto ao galpão.

Ceci, interrogada por Dona Jandira quer saber a respeito de cesto que uso em cena. Segundo D. Jandira cesto daquela região não era, e disse ainda que, pelo tipo de material e feitura, foi confeccionado pelo subgrupo da etnia guarani que habita o norte do Paraná.
Eu, impressionada com a pergunta, confirmo a resposta: o cesto foi presente de minha irmã Fábia, que naquele estado vive com meu cunhado, e lá comprou dos próprios índios o artefato.

Sento no chão, próximo às crianças, que me sorriem. Sinto que todo meu corpo também sorri: elas se aproximam e tocam minha boca, meus olhos, meus cabelos, pegam meus óculos. Sobem no meu colo, abraçam minhas pernas e braços... me mostram os brinquedos delas, querendo que eu os segure. Naqueles instantes nada falamos e muito brincamos!!!

D. Jandira me sorri. De fala sucinta, mansa e sincopada, diz que ela e as crianças gostaram da apresentação. Eu também! E muito!




Até onde se sabe, nunca antes ocorrera nenhum tipo de apresentação na Aldeia, ninguém antes fora ali com este intuito. As crianças viram uma apresentação pela primeira vez, e aí entendi o susto inicial com o palhaço, com a musica, com meus objetos cênicos.
Tomara que demais pessoas, artistas ou não, abram espaços - primeiro dentro de si! - para que possam acolher a alegria de aprender ali o que com eles aprendi. 



A todos, 
muito obrigada por isto,
a´evete

Flávia Cunha
Bahia, Fev/2013



OBS: As belas imagens foram registradas pelo Wiliam, e editadas por mim.
Também acrescento uma nota que Ceci me enviou:
“Não há um consenso na ortografia das línguas indígenas; é um processo em construção. Portanto, vamos encontrar diferentes formas de grafar as palavras, dependendo do dialeto dos subgrupos e dos critérios de descrições linguística”.
Sobre um dos trabalhos de Ceci com etnias indígenas, acesse:


Para saber mais sobre Palhaça CHIMOMII: 
http://flaviacunhaflavia.blogspot.com.br/p/palhaca-chimomi.html





domingo, 21 de julho de 2013

Fotos BAHIA_03

Imagens da região do Vale do Capão,
na Chapada Diamantina (Bahia/BR)

... e continuamos com São João na vila;
Junior das Verduras e Anderson - que há anos trazem a "feira" no caminhão toda sexta: ou
ou você sobe no caminhão e decide o que quer levar ou fica no chão mesmo e pede para eles escolherem...;
morros, calango no sol, burrico descansando, cachoeiras e tal...








































VEJA MAIS FOTOS EM:
http://flaviacunhaflavia.blogspot.com.br/2013/04/fotos-da-bahia-parte-2.html


domingo, 14 de julho de 2013

A "cura gay"?


Em momentos de reivindicações e protestos,
é importante pensarmos a respeito dos acontecimentos;
e assim desenvolvermos nossa própria opinião de
indivíduo e cidadão de um país democrático.
E quanto mais cedo começarmos, tanto melhor.


Lembrei-me certa vez, trabalhado com crianças, eu vestia uma blusa verde e branca. Uma delas me perguntou:
- Prô, você é palmeirense, né?
Silêncio na turma, todos me olhavam: eu estava na periferia de São Paulo. E o assunto era futebol.
- Por que a pergunta?
- A sua blusa! Se você torcesse pra outro time não tava com essa blusa!!!
- E quem "nasceu primeiro": a cor ou o seu time?
Após alguns segundos de caretas e reflexões, com auxilio dos amigos, veio uma titubeante resposta:
- Ai, prô, foi a cor... ela já tava aqui antes!
-  Que bom! Eu já estava começando a achar que você pensava que toda árvore torcia para o Palmeiras e que toda noite escura era corinthiana.
- Ih, prô, é mesmo, não é assim não...
- Então posso vestir a cor que eu gostar sem precisar torcer para o seu time. E você também.


Aqui está um texto que pode auxiliar nas reflexões:

http://terrenobaldiohg.blogspot.com.br/2013/06/a-cura-gay.html