quinta-feira, 19 de abril de 2012

Educar não é persuadir


Pensarmos 4:
educadores e ao mesmo tempo educandos da nossa própria vida.

“Educar não é persuadir...”

 Persuasão é uma conclusão: olhamos o mundo e ao longo deste olhar vamos imprimindo em nossa alma e nosso corpo, informações de diversas origens: família, escola, veículos de informações, etc. Num dado momento, essas informações convergem para um ponto que nos convence, vence: isto é persuasão.
Quando uma única fonte de informação deseja fazer todo o serviço sozinha nasce a frustração. Se o erro for admitido, se a humildade permitir, retomamos a trajetória e compreendemos que a ditadura não traz o crescimento. Se isso não ocorre, depois da frustração, vem a revolta, a humilhação e assim por diante.
Educar é, acima de tudo, compreender que ninguém é poderoso o bastante para sozinho transmitir informações a quem quer que seja.
Dando seqüência a esta reflexão penso nas crianças, nos adolescentes e não posso me esquecer o que mais as caracteriza: a abertura para os estímulos. Crianças e adolescentes vivem o apogeu dessa responsabilidade. Permitir-se ser estimulado por estas forças intelectuais e emocionais que vão de uma mera curiosidade juvenil à persuasão do caráter.
            Quando adultos descansamos desta tarefa. Não posso também me esquecer do sentimento de felicidade e satisfação que sente um adulto a quem foi permitido desfrutar dos seus estímulos infantis e juvenis.
A educação está na base de todos os estímulos. Ela não pode abandonar esse posto. Cria-se o caos quando a educação deixa de ser a base e se  desloca do ponto de partida para o ponto de chegada: essa é a função da persuasão.
Precisamos dar as nossas crianças e adolescentes uma base sólida. Isso só é possível com a “educação amiga”,  livre dos pesos da persuasão. Aí sim, este ser novo, altamente estimulado pela fase que vive, terá atributos que o fará persuadir-se, transformar-se em um ser educado. Valorizará esses atributos e, quando chegar a sua vez de educar, levará consigo a amizade intrínseca a um educador.

Com amor por todos os educadores,     
Halu Gamashi
                                                                     
Texto extraído de: Terreno Baldio









sexta-feira, 6 de abril de 2012

Para o Feriado - interessar 3


Texto extraído de Terreno Baldio


Sintonia, sincronicidade e o Santuário da Natureza - Halu Gamashi

                        
 Halu Gamashi

Quando cheguei a São José dos campos eu tinha trinta anos, ia fazer trinta − final de 1991 −. Tudo o que sabia é que não podia continuar na Bahia, que o meu caminho não era por lá, que precisava encontrar alguma coisa entre São Paulo e Brasília. Muita coisa iria acontecer. Diziam-me que eu iria conhecer a luz e a sombra, o céu e o inferno e que, pelos meus merecimentos, começaria pelo céu e pela luz, um fortalecimento, um porto seguro, para depois conhecer outras coisas.
Eu nunca acreditei em diabos, venho de uma cultura monoteísta, que é a cultura do Santuário da Natureza, na qual Deus é o criador e todos os demais são criaturas. Criaturas aquáticas, criaturas terrenas, criaturas do fogo, criaturas voadoras, do ar, e que os humanos eram uma quinta criatura, produto das quatro primeiras. Nesta cultura me inicie, aprendi a falar, me comunicar. Aprendi com o que tinha dentro de mim, com a minha herança pessoal de todo este sistema.

Com as criaturas do fogo eu conheci as paixões, quentes, rápidas, intensas, fulminantes e mortais.

Com as criaturas da água eu conheci os amores, que infelizmente foram muito poucos, mas que, felizmente, me saciaram.

O fogo, para mim, passou a ser um componente amigo, para fulminar os meus excessos, os meus exageros.

Solidarizei-me com as criaturas da água, nadei nas águas mansas do amor, mergulhei até Poseidon e conheci outras águas, criaturas mais profundas, mais perenes, que conquistaram a imortalidade e decidi que também seria um imortal.

Já, no começo destes aprendizados, percebi que já não podia voltar à superfície, para os espelhos d'água, que espelha o céu na sua distância.

O que os espelhos d'água refletem, embora pareça o céu dos aviões, na verdade são reflexos que escondem o céu dos imortais. No fundo, na profunda natureza das águas eternas, nestes terrenos, é proibida a entrada do fogo, do fogo como o conhecemos,

No percurso do mergulho o fogo que conhecemos se dilui, se consome, burilando as nossas imperfeições.

Quando emergia destes terrenos dos imortais as primeiras criaturas que me recebiam eram elas, as criaturas do fogo. Desde o começo desta trajetória, percebi a diferença, queimavam a minha pele, ardiam a minha alma, confundiam a minha mente e tudo isto foi bom, porque com isto aprendi o que eu tinha que queimar em mim, abdicar, e renunciar para criar um espaço vazio para conter o que já me continha, para ser fruto do que já era conteúdo: nascer nas águas profundas no céu dos imortais.

Na superfície, estabeleci contatos com as criaturas terrenas e aéreas, criaturas que sabiam andar e pensar. Andar e pensar são suficientes para conquistar o livre-arbítrio. Andar traz a liberdade, pensar traz o arbítrio, o juízo. O que eu ainda não sabia é que caminhar com juízo depende de muitos interesses e o que é juízo para uns não é arbítrio para outros. Assim entendi: terra e liberdade, ar e arbítrio, e com a minha terra e o meu ar fortaleci o juízo para me manter na minha escolha: habitar o fundo das águas onde o amor é companheiro, onde a dor pertence ao fogo fulminando o que precisa morrer para que o céu dos imortais continue a existir.

Por tudo isto compreendi, enfim, o que são o inferno e o diabo. São comportamentos, desejos e hábitos. A superfície das águas nos ilude inventado uma importância para esta superfície que de fato não existe, a água superficial é mentirosa e a sua principal mentira é que estas águas e os seus reflexos ilusórios matam a sede. Mentira! Estas águas mantém a sede que ferve o fogo e nos cega com as suas paixões. Só quem mergulha sabe. Só quem consente que o fogo queime o que esta superficial em nós sabe e assume o preço da dor de arder neste inferno − queimar-se, fulminar-se, purificando-se −. Não é fácil, muito pelo contrário, é muito difícil. No meu caso eu tive data para começar e encerrar esta jornada de 1991 a 2011. Por razões que tem a ver com a minha jornada pessoal, não sinto nenhuma necessidade de esclarecer este ponto. Mas eu tinha uma data.

Neste momento me encontro na profundeza das águas. Iniciei este mergulho sob o sol de escorpião do hemisfério norte no mês de novembro. Minha alma esta calada, recebi pouquíssimas visitas, mas isto eu já sabia, nas águas profundas, o amor é destituído de paixões e muitos poucos conseguem amar assim. Muito interessante esta experiência, a gratidão é um talento que habita o meu coração. É muito bom ter o que e a quem agradecer, quem agradece, no final de uma jornada, é porque encontrou, no trajeto, criaturas que os auxiliaram, que se ocuparam conosco e para tanto não permitiram que as paixões superficiais dos reflexos das águas superficiais impedissem o nosso mergulho.

De novembro de 2011 a março de 2012. Foram, para mim, quatro meses muito difíceis. As profundas águas de Escorpião me fizeram chorar, contorcer com os venenos que passavam pelas minhas veias, estourei os ouvidos com lesões profundas, fruto desta contorção pelas inúmeras picadas, antigas e novas, que torturaram o meu corpo e traziam lucidez para a minha alma.

Enquanto o veneno corria meu corpo chorava a sua dor e minha alma foi descobrindo tudo o que me doía.

O profundo fogo de Sagitário, fogo frio, fogo azul, fogo que modela, fogo verdadeiro me batizou em suas brasas, crismou-me nos meus intentos, fez crescer o meu juízo.

As terras de Capricórnio arrastaram os meus pés para um espaço mais profundo das águas mais profundas do céu dos imortais. Encontrei-me com a caverna de Saturno, arrastei-me, rastejei-me dentro dela, uma terra nova e velha ao mesmo tempo e, nas suas rachaduras, estava o que sobrou do corpo dos imortais que já não precisavam mais dele e o deixaram ali na caverna de Saturno. Rastejando e arrastando o meu corpo tomei consciência do que é morte e vida.

Morrer e viver foram os meus pensamentos aquarianos e descobri que para verdadeiramente viver a morte do que é superficial não bastaria matar só em mim, embuti-me na jornada para identificar em o quê e em quem eu ainda vivia. Em quem eu ainda vivia organizou uma festa e me ofereceu. Queriam comemorar a minha presença, o meu retorno ao hemisfério Sul. Distribui convites, convidei a todos para um banquete de viver em mim e para descobrir quem não mais me tinha como alimento. Nos tempos difíceis qualquer deslocamento também é muito difícil, mas não foi empecilho porque ainda se alimentava em mim e a mim se oferecia como alimento.

Aconcheguei-me na vida minha que encontrei nos corpos e nos abraços dos que vieram ao meu banquete, assim foi o meu mergulho em Aquários compreendendo o que tem força para viver e aceitando os que usam esta mesma força para morrer.

Morte e vida traz o renascimento e renasci na transpiração de Netuno, nas águas piscianas, profundas, espirituais, oras fria, oras quente, terna, eterna.

Comi e fui comido pelos peixes que continuaram na minha rede, distribui e recebi energias que geram o movimento, dei o que tinha e o que eu tenho são os mergulhos nas iniciações para quem quer ser fruto do conteúdo do Santuário da Natureza. Recebi um pagamento para me manter na superfície, esta é a energia que gera o movimento do que eu tenho para dar e do que preciso para sobreviver a superfície.

Foi tão forte a experiência que emergi para a superfície e lá estava o fogo de Marte e de Áries me esperando. Não temi e vi o meu corpo incendiar de dentro para fora, todos os meus poros libertaram as suas labaredas. Nenhuma dor. Saturno já havia me conscientizado que o fogo de Áries só queima o que de fato não nos pertence, são hóspedes, inquilinos que precisam se alimentar no banquete das criaturas imortais, mas não pagam o preço do mergulho e ocupam espaços no nosso corpo, no nosso viver para serem transportados para uma breve estadia no banquete dos imortais e Áries queimou, tirou alguns músculos do lugar, fiquei sete dias sem andar. Isto doeu. Alinhamento muscular dói. O que me confortou nestas dores foi saber, Saturno me disse, quando os músculos se deslocam é para cobrar dos ossos uma nova qualidade de sangue. Um sangue espiritualizado e aprendi, no meu rastejar, nas terras do capricórnio.

Aqui deixo o meu agradecimento a todos que fortaleceram neste mergulho, aos que me ajudaram com comidas, bebidas, com as minhas dores, todas elas, não foram em vão.

Neste texto eu narro superficialmente a minha iniciação com a sintonia e a sincronicidade com os quatro elementos no final de 2011, início de 2012. Quem quiser entender ou saber mais, ou mais ainda, participar das vivências que aprendi com este mergulho entre em contato comigo.

Feliz feriado na superfície e para quem vai um humano mergulho nas águas dos imortais.

Halu Gamashi
E-mail: halugamashi@halugamashi.org
Blogs: http://halugamashi.blogspot.com
           http://Terrenobaldiohg.blogspot.com
            http://Obvio-obvio.blogspot.com












domingo, 1 de abril de 2012

Eleições 2012

ELEIÇÕES 2012


Vamos melhorar nossas opções!





(Obs: os animais são manipulados pela Cia. Truks de Teatro de Bonecos.)




E, para quem não (re)conheceu a paródia, 

aqui deixo a bela canção de Lupcínio Rodrigues, 
com Pena Branca e Xavantinho: